APOCALIPSE2020
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Bem-vindos à Selva de Pedra Empty Bem-vindos à Selva de Pedra

Dom Mar 22, 2020 11:45 pm
O ano de 2020 foi recebido pelas seitas e matilhas com cuidado e apreensão. Cada ano que se passa os sinais do Apocalipse se mostram mais evidentes e a Batalha Final contra a Wyrm parece ter entrado em contagem regressiva, com cada dia escoando como grão de areia em uma ampulheta, com um destino inexorável se aproximando.
Com o acelerar dessa contagem, a Nação Garou não se importa em fazer mudanças e concessões em seus costumes milenares, vendo isso como um preço a ser pago por qualquer vantagem, por minima que seja, para salvar o mundo.
Impuros não são mais tão mal-vistos, considerando o quanto seus poderes podem ser uteis na guerra por Gaia. Espíritos da Wyld e Weaver tem se mostrado particularmente cooperativos. E os próprios ritos de Passagem foram modificados para garantir que os novos Garou sejam uteis desde criança.

No primeiro mês de 2020, uma ameaça de guerra nuclear colocou a Nação Garou de pelos em pé enquanto Garous do Oriente se preocupavam com uma nova versão do SARS começava a se espalhar por Wuhan. Enquanto boa parte dos Lobisomem do mundo se envolviam em ações diplomáticas e diretas para acalmar os ânimos da comunidade internacional, suas contrapartes na China ficaram sem reforço para conter os espíritos de Doença que começavam a se espalhar pelo mundo. Os BOLI ZOUSIZHE fizeram o melhor que puderam para conter a Praga até que esta escapou entre seus dedos e para todo lugar.

Algumas nações se mostraram mais capazes que outras, ao ponto que Garou ao redor de todo o mundo começaram um esforço internacional para redirecionar seus Filhotes para os Países com maiores riscos de prejuízo.

Alguns desses Filhotes foram direcionados para São Paulo, com a ideia que possam auxiliar a conter a população ou no tratamento de infectados de alguma forma, e são esperados no Aeroporto Internacional de Congonhas.


[OFF: Escrevam as 24h entre seus personagens terem sido informados que vão embarcar para o Brasil, até o ponto em que eles serão levados a um ponto de encontro em Congonhas, não importando se vieram de avião ou não]
Milena Kiala
Milena Kiala
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Seg Mar 23, 2020 1:14 am
Havia chegado a hora. Finalmente. Sua maior batalha a esperava. Não achou que ficaria tão nervosa, já tinha se metido em tanta encrenca que achou que pular de cabeça nessa vida garou seria só mais um rolê. Mas não, parecia que aquela sim era uma luta séria, e ficou envergonhada de pensar isso, lembrando de cada perrengue em que já se enfiou com gente de todo tipo. Iria dar tudo de si como sempre fez, com garra, e - sorriu - garras.
Pegou o porta retrato em sua cômoda, olhou fixamente para o rosto sorridente de sua mãe na foto. Lembrava muito bem daquele dia, do sorvete de morango pingando enquanto via dois cachorros grudados e puxava a manga da blusa vermelha de lã dela para que ela visse. O que ela diria agora? O que diria de a ver indo para outro país, em outro continente, para enfrentar o bicho-papão? Ela ficava a olhando da janela até sumir de vista na esquina quando ia pra escola. Engoliu o pré-choro e abriu o porta-retratos, retirando a foto e guardando na mala.

"O que caralhos eu levo pro Brasil?" - disse com as mãos nas cadeira, encarando a mala aberta na cama.

Puxou o notebook e foi pesquisar... Brasil, São Paulo.
Foi fazendo anotações no celular, baixou uns guias de turismo, ouviu umas músicas típicas, xingou algumas vezes, e perdeu 47min nuns vídeos muito estranhos. Voltou à pesquisa, e depois de umas horas, estava preparada. Ainda bem, porque já ouvia a vó berrando pra ela se apressar que o carro já tava chegando. Focada, arrumou sua mala, fez um lanche rápido, deu tchau pros cachorros e correu pro carro onde a vó a aguardava impaciente.

"Calma! Já vô! Já vô!"

A viagem até o aeroporto foi longa. Nada de mencionar o elefante no banco do carona, apenas papos rasos. Mas queria enganar quem, aquela véia? A falta das reclamações constantes já dizia o bastante.

No aeroporto, mesmo papo vazio. Podia ver que a vó queria falar tanta coisa, que estava preocupada, que queria a prevenir de tantas coisas, mas não, respeitou aquele momento, respeitou a jornada que começava ali. Então ambas de se encararam. A vó assumiu uma postura imponente, parecia 10 anos mais jovem, pronta pra luta, e era fascinante ver aquele brilho nos olhos dela.

"Vai lá, vai salvar o mundo - sorriu - pirralha." - disse a vó.

Não respondeu, só deu um abraço forte na velha. Um abraço que não dava em ninguém havia anos. Soltou, se virou e foi em direção ao avião. De longe gritou para que não esquecesse dos remédios do pai.

9 horas de vôo, teve tempo de ler bastante sobre Brasil, viu uns vídeos, ouviu mais música. Queria dormir, mas quem conseguiria...
Gracilariopsis
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Seg Mar 23, 2020 5:26 am
O mundo sofrendo com o novo vírus, a China continental praticamente isolada. Enquanto isso em Macau, pouquíssimos casos. O controle das fronteiras estava funcionando bem, com cada caso muito bem rastreado. Macau é pequena, afinal, e devido à fronteira tão controlada, se as pessoas não podem entrar, elas também não podem sair. Ainda bem que quem estava garantindo que em Macau a doença não se espalhasse eram as mesmas pessoas com quem ela convivia diariamente.

Beatriz recebeu a notícia de que iria para São Paulo diretamente de sua mãe. São Paulo. Pelo que ela havia aprendido na escola sobre o Brasil, essa cidade era tão louca como qualquer cidade grande da China. A coisa lá ia ficar feia.

Sua cabeça girou com tantos pensamentos e emoções misturados. Bia já viajou pela China com o pai (mamãe sempre ocupada). Ela já visitou Portugal em viagem do colégio. Ela nunca foi para a América. Do outro lado do mundo. Sozinha. Isso ia dar um trabalho danado. Mas no meio do seu cérebro que dizia "não", havia aquela sementinha rebelde dizendo "SIM, POR FAVOR, VAMOS PARA O BRASIL. DEIXA VAI? VOCÊ VAI GOSTAR." Oh droga, porque você é assim?

A essa altura, Lorena já havia aprendido a ler as expressões faciais da filha.

- Vai, arrume as malas. Vão te pegar de helicóptero amanhã às 7:00h. Você vai num voo particular junto com uns diplomatas que estão voltando para Portugal. De lá você vai direto para o Brasil enquanto ainda aceitam voos. Seu intercâmbio com a USP já foi acertado, mas por lá você pode dizer que está em isolamento e demorar para aparecer. Isso vai te dar uns dias.

Ela saiu e deixou uma Beatriz em pânico. Ótimo. O que vestem em São Paulo? Como se ela tivesse tempo de comprar roupas novas... Após dar uma olhada em como é o clima do lugar e umas fotos de pessoas na rua, ela pegou várias roupas discretas e também roupas de blogueirinha do tik tok. São Paulo parecia, pelas fotos, uma versão pós-apocalíptica de Macau.

SETE HORAS... QUEM FOI O IDIOTA QUE PROGRAMOU ESSE HORÁRIO?

A ansiedade não deixou ela dormir direito. Ela praticamente se arrastou até o heliporto do escritório do pai. Ela dormiu até Portugal. Assim não precisava socializar com aqueles políticos, que se perguntavam porque estavam levando uma aluna de intercâmbio como carona. Ela dormiu quase toda a viagem, e chegou no aeroporto em estado patético. Olheiras, cabelo bagunçado, um caco de pessoa sonolenta que passou tempo demais atravessando o mundo.

E lá estava ela, no celular, mandando mensagem para os pais de que chegou bem e reclamando do ar seco e poluído do lugar, enquanto era conduzida para o ponto de encontro. Nesse estado, e devido à baixa estatura, ela parecia bem mais nova do que era. Ainda bem que seus documentos estavam em dia. Provar que é maior de idade pode ser um problema.
AliceA
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Seg Mar 23, 2020 8:40 pm
Eu ja estava acostumada a uma casa muito grande e a companhia dos empregados, mas agora era diferente... Amava a todos naquela casa como minha própria família e se não fosse eles morarem na propriedade, estaria realmente sozinha.
A gente se acostuma quando se tem pai e avô médico e se estuda medicina...
Mas a mamãe sempre estava aqui... Eu entendo que mesmo com a rotina do papai, ela sempre esteve aqui, mas agora ela precisa ajudar os dela, precisa estar lá pela tribo dela e meu pai precisa ajudar os humanos...
As aulas da Medical Royal College foram suspensas, não me sentia a toa assim desde... desde.... não me lembro... Nunca tive férias na vida, durante os verões mamãe fazia questão de me ensinar sobre sua raça e sua tribo, me levava para a floresta enquanto papai ficava no solar...
Nunca o vi longe dela, e ele parece estar mais triste do que ela ...
John trouxe meu café da manhã como fez durante toda a vida, mas o sorriso dele estava diferente essa manhã:
- Senhorita, sua mãe ligou do solar, disse para que você retornasse a ligação assim que acordasse, parece ser importante...
Olhei para o meu presunto e meu bacon e pensei o quanto ficam horriveis quando esfriam, mas lembrei que já fazem semanas que mamãe não dava notícias...

- Mãe... Aconteceu alguma coisa?
- Querida, eu liguei para o seu pai e pedi a ele para ir pra casa assim que possivel... Pedi para ele te entregar as passagens e conversar com você...
- Conversar sobre o que? Que passagens? Mãe, me explica o que está acontecendo...
- Gaia precisa de você, precisa de todos os garous nesse momento... Os garous do nosso país não podem abandonar os humanos daqui nesse momento mas é chegada a hora de você assumir a outra metade da sua vida...
- E eu irei exatamente para onde?
- A pandemia chegou em São Paulo e aquele povo precisa de muita ajuda...
- Mãe, não to entendendo, eu irei SOZINHA???
- My dear, não nos terá por perto a vida toda, eu tenho a minha guerra, a minha luta e meu povo, eu luto pelo amor que tenho em você e seu pai, enquanto seu pai luta a guerra dele, sendo o melhor que puder para aqueles que sofrem... Lembra-se que conversamos muito sobre isso, você me prometeu que seria forte e atenderia o chamado...
- Eu sei mãe, só não imaginei que seria assim, agora, desse jeito... Sorry, eu compreendo, mesmo surpreendida... Vou esperar meu pai chegar... I love you so much mom... Sinto sua falta...
- Tambem sinto a sua, querida, mas precisamos ajudar Gaia agora... Eu te amo...

Eu queria dizer que perdi o apetite, mas na verdade fiquei ansiosa...

Meu pai chegou por volta das 11 da manhã, havia encerrado o plantão no Queen Elisabeth University Hospital mas havia sido chamado para um plantão de emergencia no Transform Hospital Group, então iria descansar e se recuperar para o próximo plantão na manhã seguinte...

- Alice, Alice, venha logo...

Saí da varanda e corri pra dentro, abracei meu pai e perguntei se a mamãe havia falado mesmo com ele:

- Beloved , sim... Philip conseguiu as passagens em urgencia para você, ele te levará para Southampton e se encarregará de suas bagagens, inclusive de nossa relíquia de família...
- Relíquia ? Como assim, meu pai? EU VOU PRA SOUTHAMPTON FAZER O QUE?
- Querida, tenho um amigo que me deve um favor na zona portuária, você não conseguiria embarcar num avião portando essa relíquia...

Eu ri, pois sabia de cada coisa que um dia eu herdaria e nunca soube de uma "relíquia" de família...

Meu pai subiu as escadas correndo, entrou na biblioteca e de trás da enorme mesa de madeira de lei que meu bizavô adorava sentar pra ler, puxou um fundo falso de onde uma espingarda Winchester 44 emergiu, brilhando com a luz da luminária em cima da mesa...
Eu conhecia muito bem uma espingarda , a tradição da familia sempre foi a caça , javalis, raposas e cervos , mas aquela ali, nunca tinha visto...

-  Você levará essa espingarda com você e só por navio vai conseguir, de avião ela seria confiscada... Quando conheci sua mãe, ela encantou essa arma e ofereceu ao seu avô por ele ter salvo a pata dela e como gratidão por termos acolhido ela... Essa arma era do meu bizavô, depois passou a todos os homens da familía, que desde pequenos aprendiam a caçar... Eu demorei pra aprender com ela, mas acho que você não terá problemas com ela... Sua mãe sempre me garantiu que você seria como ela, por isso você é Annwyl, a nossa amada... Chegou sua vez ...

Ele me estendeu o rifle, brilhando parecia que tinha  acabado de ser polido e guardado...
Guardei ele e a munição na caixa de veludo preto e fui para meu quarto preparar as malas...
Pesquisei na internet sobre as temperaturas da região, me lembro de ter sofrido no calor do Hawaii e de não ter me adaptado muito bem as vestimentas mais ousadas da região, para alegria do meu pai...
Separei as roupas mais comuns, alguns vestidos, saias, jeans e sapatos confortáveis, nada glamouroso , afinal , não quero me sentir diferente dos outros...

Philip avisou que a viagem iria demorar em torno de 7 ou 8 horas até o porto de Southampton, as ruas de Glasgow estavam tranquilas , por sorte , embarcaria pontualmente as 9 da noite, que era o horario que o navio iria zarpar...
Aproveitei e levei alguns livros de medicina do semestre interrompido e alguns livros de biologia para entender mais sobre a pandemia... É bom ver que o vovô me deseja sorte e me avisou para tomar cuidado com os outros espíritos...
Serão 19 dias num navio por conta de um rifle...
Eu vou tentar me distrair e curtir as férias que nunca tive...
19 dias até a cidade de Santos...
Oh Lord...

Não é tão ruim uma boa cabine, mas ainda não sei exatamente como me portar, me sinto tímida demais para conhecer alguem ou conversar para me distrair, mas o jantar é primoroso...
Muitos casais em lua de mel, familias e casais em crise matrimoniais estão a bordo, alguns não parecem preocupados com a pandemia que se alastra, outros seguem as recomendações....
As festas são animadas mas me sinto particularmente cansada, ou tentando descansar , creio que eu vá precisar...

19 dias e 9 horas depois, chegamos ao porto de Santos... Meu contato me aguarda, ele me levará até a cidade de São Paulo...
Por aqui ainda estão comemorando o tal "carnaval " nas ruas, a cidade tem um transito maçante e um calor poluido sufocante, algumas paradas depois, chegamos a Congonhas...
Sigo em direção ao ponto de encontro, carregando minhas malas e minha relíquia de família...
Killa
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Qua Mar 25, 2020 2:39 am
Colecionador-de-Trovões decidiu que Killa não estava pronta para ir de avião para São Paulo. Ela ainda não tinha tido muito contato com cidades e praticamente não usava sua forma hominídea. Isso sem contar o tanto que ela deveria ainda (des)aprender antes de ser digna de passar vergonha diante dos garous de outros sectos. Ele decide pegar o carro de um parente, algo velho mas funcional, bom o suficiente para aguentar uma viagem daquelas e não chamar atenção.

O começo da viagem é tranquilo, continuaram alguns dias ainda dentro da floresta Amazônica, parando e abastecendo em povoados humildes. Depois de atravessar a fronteira com o Brasil por uma via secundária, os povoados eram não tão amigáveis a um quechua de grande porte como Colecionador, ou uma figura tão… Inusitada quanto Killa. Mas isso não era um problema. O problema foi quando chegaram aos desmatamentos…

Aquela cena era triste de ver, e Killa ficava horizada. Ele aproveitava para ensinar coisas ou fazer brincadeiras no caminho para distraí-la, o que era bem fácil. Ela era praticamente uma criança, então falta de foco e indisciplina eram problemas muitos maiores. Ele tinha que lembrá-la de ficar forma de duas patas o tempo todo, a controlar sua curiosidade e, acima de tudo, a ficar de boca fechada no meio das outras pessoas. A viagem durou menos de uma semana, mas para Colecionador ele sentiu que foi um tempo sete vezes maior, como em vida canina.

Na última parada antes de São Paulo, eles resolveram comer em um rodízio de beira de estrada. Era preciso comer bem o suficiente lá, o dinheiro deles não aguentaria muito tempo na metrópole. Killa comeu tanto que quase hibernou no banco de trás do carro, apenas acordando ao cair no chão do veículo depois de uma pancada típica de todo aquele congestionamento na marginal. Não havia sido nada demais, e o almofadinha do carro de trás logo foi dando dinheiro assim que viu Colecionador furioso. Ele depois leva o carro a um mecânico, apenas para se certificar que o carro estava bem, quando nota que Killa não estava mais no banco de trás…

Ele não estava acostumado com aquela cidade, mas ele sabia caçar. Depois de um tempo, quando já estava amanhecendo, ele encontra a jovem em posição de lótus, numa pequena praça, olhando para uma elevação do terreno não muito distante. Ela solta um suspiro ao ver um avião decolar. Ele nota que ela apertava sua máscara, e parecia que ela tinha chorado a noite toda. Ele não pergunta, e ela não diz, mas ambos sabiam que ver um lugar de céu cinza e ar fétido, erguido sobre lixo e batizado com poluição parecia uma prova de que a Wyrm estava vencendo. Principalmente para ela, que sabia na pele do que a Wyrm era capaz…

- Sabe, eu tive um sonho… Vi um corvo voar de cima da minha cabeça e pousar ao longe na mão de um homem branco com pinturas azuis em seu corpo. Eu tentei falar algo, mas minha voz não saía, tentei correr, mas ele ficava cada vez mais distante, até que se desfez em névoa… Você sabe o que esse sonho significa?

- Não se preocupe jovem, as interpretações vêm com o tempo. Logo os enigmas de gaia lhe serão um livro aberto, como uma boa uktena… Vamos… Estamos quase chegando - disse Colecionador-de-Trovões.


Última edição por Killa em Qui Mar 26, 2020 5:36 pm, editado 2 vez(es)
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Wolfhard
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Qua Mar 25, 2020 9:19 pm
Aurelio estava em sua casa, fazendo como de costume seu ritual de Respiração de Gaia. Ele foi passado pela sua mãe para que ele aprendesse a importância dos rituais para os Garous e como uma forma de exercitar sua conexão com Gaia. Ele pode sentir uma leve presença em sua porta, esperando que ele finalizasse o ritual. Era ela, com um olhar sério que ela só tinha no rosto quando estava em uma missâo.

- Partimos para o Caern agora, pegue uma trouxa de roupas, seus documentos, e alguma comida.

Sem dizer uma palavra, pegou 5 mudas de roupas do seu armário e colocou na mochila do destacamento, que agora parecia grande demais para aquela quantidade de roupas. Foi até a cozinha onde pegou uma caixa de barrinhas de cereais, 3 latas de atum e um pacote de carne seca para a viagem. Colocou seus documentos em uma pequena pasta, passaporte e identidade. Conferiu toda sua lista enquanto murmurava para ele mesmo para caso ele não tinha esquecido nada.

Ela já estava esperando no carro,  em silêncio, ele não tinha certeza se ela estava preocupada ou não com ele. Naqueles momentos ela era mais Philodox que mãe. Seguiram em silêncio até o Caern, 1 hora de carro da cidade de Havana. O ambiente parecia um misto de rito fúnebre, com uma parada de honra. Em sua cabeça tentava passar tudo que ela ensinou. Como se apresentar, a litânia, tudo o que precisava para causar uma boa impressão a todos. Afinal hoje era o primeiro aniversário de sua transformação, em plena lua cheia, ele receberia sua primeira missão. Seria enviado para outro país, distante de todos que conhecia. Deveria conquistar o respeito de Garous de outro lugar e se tornar Cliath aos olhos daqueles que necessitavam de ajuda, não daqueles que o conheciam.

Pararam 1km antes do local, desceram do veículo, transformaram-se em lobos e uivaram se identificando. Nome, Augúrio, Tribo, Pais...como era de costume. Quando ouviram um uivo de retorno, partiram até o Caern. Ao chegar lá o Caern todo estavam reunidos, e em frente a eles 4 filhotes, 5 com ele. Um para cada Augúrio. Cada um seria enviado para um local do mundo com uma missão específica. O líder do Caern começou o ritual da maturidade. Para o Ragabash, ajudar mexicanos a cruzar as fronteiras dos EUA. Para o Theurge, acalmar os espíritos dos rios na Índia. Para o Philodox, ajudar nas conversas de paz nos emirados árabes. Para o Galliard, registrar os costumes das tribos na amazonia. Para o Ahroun, combater os fomoris que se aproximavam do Brasil com a peste criada na China.

Os 5 deveriam embarcar em seus respectivos navios no porto de Havana acompanhados de seus mentores onde ficariam sem poder se comunicar com eles ou qualquer membro do caern até completar sua missão. Deveriam voltar para casa como Garous reconhecidos pela sociedade graças as nossas ações em prol dos outros e não de nós mesmos. Lá eles receberiam não apenas o resto de seu equipamento como as instruções de como chegar aos seus destinos.

Assim sua mãe o acompanhou até o porto, novamente em silêncio. Se entreolharam por um momento, ele queria dizer algo, mas sabia que nada faria muito sentido naquele momento. Ela puxou uma pequena sacola de sua bolsa, era de um couro rústico com uma pequena corda.

-Para quando você ficar inseguro sobre a verdade. Agora vá com a Coruja. Seja bravo, mas não estúpido. Lembre-se que seu dever é lutar por Gaia, não lutar com os outros Garou. Está indo ajudar os outros, não para conseguir glórias.

Tudo que ele pode fazer foi dar um abraço nela e dizer:

Não irei te decepcionar, ou ao Caern. Voltarei após ter ajudado aqueles em meu caminho, para que eles possam manter o lar que nossa tribo não tem.

Com isso ele partiu no navio, onde recebeu ainda uma faca, uma pistola, alguns medicamentos, uma tenda com um saco de dormir. Um mapa e um dicionário de espanhol-português. Um papel com as instruções de encontrar Farelo, um roedor de ossos que dirigia uma van do porto de santos até São Paulo. E assim o fez, pegou o navio, comeu parte de sua comida. Encontrou Farelo e pegou uma carona diretamente para o Caern....depois dele fazer "uns corre"
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Qua Mar 25, 2020 11:31 pm
Um por terra, dois por água e dois por ar, a matilha de Garous se encontram no Ponto de Encontro do Aeroporto de Congonhas, as 8h do dia 16/03, uma segunda feira.
O dia estava claro, com o ar ainda levemente úmido pela garoa da madrugada. O anel cinza de poluição encontrava-se bem visível no horizonte.

Aguardando os Filhotes encontrava-se uma Afro-Brasileira de cabelos brancos, que olhava para eles com um olhar sereno de olhos da mesma cor. Quando todos se encontram, ela se apresenta:

Olá, crianças. Me chamam Elizabete Raio-de-Prata, Adren dos Andarilhos do Asfalto, Theurge da matilha Arktikos Argyros. Fui enviada aqui para recebe-los e encaminha-los aos Caerns com quem trabalharão. Estamos com pouco tempo e muito a fazer, em breve haverá uma quarentena geral na cidade e precisamos que vocês estejam aclimatados antes disso... Deveria ter chegado mais um, mas acredito que houveram problemas com seu voo. Como disse, temos pouco tempo, depois peço pra outro vir busca-lo. Apresentem-se um ao outro no caminho, vamos vamos vamos...

Bem-vindos à Selva de Pedra 450?cb=20190313114950


A mulher os encaminha para o estacionamento do aeroporto e os coloca em um Renault Kangoo, apropriado para um bom número de pessoas, e se sentam atrás com os filhotes enquanto um motorista os leva pelo transito matinal da Avenida dos Bandeirantes. Depois de um tempo no trânsito, os Garou passam ao lado de um rio fétido e posteriormente o cruzam, vendo o corpo d'agua morto de um bom ângulo. Mais alguns minutos dirigindo e o carro passou por portões gradeados e uma guarita, entrando em um ambiente que parecia totalmente desconectado da cidade ao seu redor.

Mesmo com certo fluxo de pessoas, a impressão é que todo o som caótico urbano foi abafado pela presença reconfortante das árvores. Haviam placas que indicavam onde estariam, mas o veículo não lhes dava tempo para tentar ler o idioma estrangeiro. Algumas vias retorcidas depois, o carro para e Raio-de-Prata desce, abrindo os braços em sinal de boas vindas enquanto se dirige a um casebre entre grades e mato.

Sejam bem-vindos, Filhotes do Mundo, ao Caern do Urso Curandeiro. Estamos também próximos ao Caern da Barata Eletrônica, mas por hora trabalharemos aqui na linha de frente do estudo de patologias. Também sejam bem-vindos ao Instituto Butantan, um dos centros de pesquisa microbiológica mais avançados do planeta. Vamos entrando, imagino que estejam ansiosos para conversar com quem manda por aqui.

casebre Butantã

Enquanto a moça falava, se dirigia para o casebre, que dava a impressão que desmontaria a qualquer momento. Uma vez cruzado o batente, entretanto, começaram a entender o que acontecia por ali. Um grande espelho, posicionado na parede oposta a entrada, tinha a óbvia função de ajuda-los a cruzar a película, que ali dentro era notadamente baixa.

Após ter certeza que todos se encontravam acomodados, a Theurge pede que fechem a porta e os preparada para ir a Umbra.

Esse é um dos poucos lugares de pesquisa cientifica do mundo em que é possível manter um Caern funcionando. Ainda assim, instalações muito evidentes despertariam curiosidade demais no plano físico, então simplesmente preparamos uma entrada fácil para a Umbra e construímos o necessário do lado de lá.

Puxados pela Theurge, os Garou sentem a película se moldar aos seus corpos e depois se romper, permitindo que vejam uma grande área arborizada, com uma mata atlântica densa e nativa, tão verde quanto no dia anterior à chegada dos Jesuitas a SP, diversos Espíritos na Natureza, tais quais aves, insetos e animais arbóreos são vistos abundantemente passando entre os galhos. Olhando o casebre onde estavam, o grupo de filhotes se vê em uma imensa mansão de arquitetura colonial, com um bastão de Asclépio gravado no teto e uma estátua de um Urso Branco enfeitando o saguão de entrada.

Spoiler:



Caso tenham qualquer dúvida ou curiosidade, agora é a melhor hora de falarem. Estão em um dos lugares mais seguros da Penumbra dessa cidade e o Ancião Veneno de Esculápio irá recebe-los em breve...
Milena Kiala
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Qui Mar 26, 2020 1:41 pm
Milena cumprimenta todos com um sorriso e um aceno. Ela é uma garota negra clara, jovem, atlética, com roupas largas e coloridas. Seus cabelos são trançados em dreads de grossura média e verdes.
Ela traz uma mala preta. de rodinhas, levemente surrada. E uma mochila vermelha de pano toda rabiscada nas costas.

No carro, ela faz questão de quebrar o silêncio com frequência, comentando sobre a paisagem e perguntas aleatórias sobre seus coleguinhas. Não vai forçar qualquer interação, mas vai dar corda pra quem quiser falar.

(off: Sotaque de Angola)


- Oi, gente, eu sou a Milena. Hmmm. Eu acabei de vir de Angola, é minha primeira vez no Brasil, ou em qualquer outro país. hehehe  Não sei vocês, mas eu tô um pouquinho nervosa. Mas vai dar tudo certo, - sinal de joinha com as duas mãos - a gente vai ralar bastante e vai dar tudo certo. - E fica olhando com ar de aguardando interação.


No caern...

-Esse lugar é muito legal! Quem fez ele? Foi esse sr. Veneno? E que tribo que cuida aqui? E... - percebe que está tagarela e se contém.
Gracilariopsis
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Qui Mar 26, 2020 7:39 pm
Ao chegar ao ponto de encontro, Beatriz estava cansada da viagem. E acabada por causa da diferença de fuso horário. Ela tenta focar a atenção no celular,  mas até isso era impossível. As olheiras eram profundas e a cara de desânimo evidente na "chinesinha" de cerca de metro e meio de altura. Um pouco menos talvez. Há medida que os demais chegam ela cumprimenta com um aceno discreto. Ela observa discretamente o movimento no aeroporto, da mesma forma discreta que observava os demais Garou que se aproximavam. O sotaque brasileiro era estranho, mas no geral as pessoas se pareciam com as de Macau.

Quando a Anfitriã se apresenta, ela não consegue evitar um suspiro de alívio. Andarilha do Asfalto. Isso era bom. Seu pai tinha lhe alertado que sua especialidade poderia ser vista com desconfiança e desprezo por outras tribos, mas quem falaria alguma coisa diante de uma Adren dos Andarilhos?

Quando Milena se apresenta, ela fica mais confortável com o sotaque. Angola, hmm? Que alívio sabe que eu não sou a única aqui que fala português - ela pensou.

- Beatriz Kwan. Vim de Macau. Primeira vez nesse continente.

Ela coloca a mão sobre a boca para esconder e conter um bocejo que teima em sair:

- Desculpa, a viagem foi realmente longa. Prazer em conhecê-los.

Ela praticamente enfia a cara no vidro do carro, tentando captar tudo o que dava em seu estado sonolento. São Paulo parecia mesmo com Macau, mas era mais fedorento. Ou talvez não. Talvez apenas mais acabada.


...

Ela pisca algumas vezes tentando entender o "chegamos". Mas não tem nada aqui, tem? - ainda bem que ninguém lê seus pensamentos.

Então ela logo entende... Droga, Umbra......

Duas coisas que ela não entendia: umbra e medicina. Se não soubesse que estava no lugar certo, Bia ia achar que tinha sido mandada pro lugar errado.

Não posso ir pro outro Caern não? Barata Eletrônica soa tão, mas tão mais promissor...


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Sex Mar 27, 2020 1:27 am
Os dois se dirigem ao aeroporto, mas Colecionador fica contrariado ao ver que não era possível mais comprar passagens aéreas, ele teria que deixar a filhote em um caern de São Paulo mesmo. Ele encontra Killa olhando fixamente para um pequeno grupo de pessoas que fazia os dois não parecerem tão... diferentes.

- Eles são garous... Estão esperando outros garous... Como eu...

- Como... Ok, espero que sejam...

Colecionador já tinha visto aquilo acontecer, e talvez os anciãos tenham passado esta informação apenas para ela. De qualquer forma, a missão dele era clara: deixá-la num lugar seguro. A jovem se aproxima do grupo antes, ele mais recuado. Depois da mulher se apresentar como uma Adren Theurge dos Andarilhos, ele se despede da jovem de forma breve.

Killa era uma figura peculiar. Ela se vestia com roupas de nativos amazônicos muito gastas, como se ela tivesse vindo a pé de um lugar muito distante; usava alguma pintura facial nativa, agora já meio desbotada; seu cabelo ruivo seria trançado em dreads, mas estavam tão desgranhados que poderia ser qualquer coisa; seu corpo tinha tantas tatuagens que muito da sua pele não era mais visível, mas era inegável que ela era muito branca. Ela parecia a encarnação do termo "deslocada". E apesar de tudo, sua pureza de linhagem era palpável.

No começo fica apenas ouvindo. Quando as pessoas se apresentam, ela responde com um grande sorriso. Os uktenas a instruíram a falar pouco e aprender muito, e ela tentava fazer justamente isso. Mas como os demais estava falando seus nomes e origens, ela decide seguir o protocolo.

- Sou Killa, vim do caern do Monolito Prateado.

Ela continua sorrindo durante a viagem, praticamente não entendendo o que os demais falavam (Angola? Macau?). Ficou observando tudo com tanta avidez que parecia que ela nunca tinha visto uma cidade grande antes. Porque ela não tinha. Também nunca imaginaria que havia um bolsão verde tão perto da cidade, e lá uma casa que servia de entrada para um caern que ficava dentro da umbra. Ela achou isso incrível o suficiente para soltar algumas expressões de admiração. Ela tinha muitas perguntas, sorte que tinha outras pessoas ali fazendo-as.
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Sáb Mar 28, 2020 3:03 am
Muito muito tímida, Alice cumprimenta a todos, muito nervosa e desajeitada...
Se sentia terrível num blazer azul marinho, de saia curta e de pregas da mesma cor e uma camisa cor de creme por baixo com um enorme laço vermelho fechando a gola da camisa e uma sapatilha de couro vermelha como o laço...
Estava com a aparência ótima, descansou por quase 20 dias num maravilhoso cruzeiro turístico, apesar de ainda sentir a inércia horrível da viagem...
Olhou pra si mesma e para os demais, pensando o quanto iriam desconfiar dela por estar cheirando a flor de cerejeiras e toda engomada...
Carregava uma enorme mala prateada que mais parecia um cofre sobre rodas, uma mochila reforçada nas costas e uma caixa comprida, de veludo preto, parecida com uma caixa de instrumento musical...
De cabelos escuros , pele bem branca e olhos que pareciam duas aquamarinas , sentia o rosto pegar fogo de vergonha, com certeza deveria estar vermelha feito uma pimenta:

- Olá todos ... - disse ela, tão tímida e tão baixo tom que quase não foi ouvido, acenando bem de leve com os dedos...
Com um sotaque bem carregado, ela tentava ser receptiva apesar de timidez...

*No carro*

A moça chamada Milena tentava cortar o silêncio, falava sem parar, então Alice sorria todas as vezes que Milena olhava em sua direção, como se consentisse com as palavras dela... Sabia que o maior desafio era fazer amizade...
Ela não tinha amigos, nem mesmo se lembra a última vez que pode fazer parte da vida de alguém ou que pudesse deixar alguém fazer parte da vida dela...

*No Caern*

Ela segue atrás, observando os outros filhotes, morrendo de medo de se meter em alguma confusão ou fazer algo de errado, dando preferência a prestar atenção e seguir os outros do que perguntar alguma coisa ou tomar a frente...
Assim que passaram para a umbra, Alice fechou os olhos algumas vezes com medo de ver algum espírito que a assustasse, mas tudo seguia bem até aqui...
Ela estava tremendo tanto, que suas mãos brancas estavam quase roxas de tão geladas e mesmo assim, completamente suadas ...

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Wolfhard
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Sáb Abr 04, 2020 3:28 pm
Aurélio tentava acompanhar tudo o que estava acontecendo. Não sabia quase nada de português e tentava entender a língua através do seu espanhol. Com o dicionário em mãos, foleou algumas páginas até achar o capítulo de "Frases úteis" e com um sotaque forte se apresentou as pessoas no carro.

- Holá, yo sou Aurélio, prazer em conecer vocês!

Era difícil parecer educado e amigável quando mal se entendia o que diziam e ele não sabia direito como falar, mas tentou manter um sorriso no rosto. Por enquanto tudo estava correndo bem, conseguiu chegar no Brasil, não teve nada seu apreendido, e principalmente estava com o "invoice" dos insumos que seriam entregues ao Caern, só precisava entregar para o responsável no Caern e a parte mais fácil da sua missão estaria concluída, o que não era muito, mas ajuda na moral de ser um estranho em terras estranhas.

Com o carro parado, Aurélio decidiu que talvez fosse a melhor hora de colocar o medalhão que sua mãe tinha lhe dado. Melhor momento não vai ter pensou consigo mesmo. Colocou o medalhão, ajeitou o mochilão nas costas, respirou fundo quando sentiu ser puxado para Penumbra tentando não criar resistência.

Não era exatamente uma sensação gostosa, o mundo dos espíritos era um lugar complicado para ele, ao seu ver os espíritos eram fugazes demais, podiam mudar de ideia como o próprio vento que muitas vezes eram, as vezes podia fazer tudo o que eles queriam e mesmo assim não seria suficiente porque você fez 1 minuto fora do horário, era mais fácil lidar com coisas físicas ele pensava.
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Sáb Abr 04, 2020 5:33 pm
Muito bem. Temos aqui um representante de cada lua, com uma variedade razoável de futuras tribos, isso faz de vocês uma proto-matilha bastante promissora. Agora, se me permitem, esse é Veneno de Esculápio, nosso Ancião. Um Ragabash dos Roedores de Ossos. Não se surpreendam muito, esse lugar ficou um caos por anos até ele tomar de volta da Weaver.. À seu lado temos nosso espirito conselheiro, um Parente a muito falecido e cujo os esforços foram Vitais (rsrsrsrs) para o começo desse Caern.

Enquanto Raio de Prata menciona os recém-chegados, estes descem a escada principal até o Hall de Entrada onde os filhotes se encontram.

Ancião:

Conselheiro:

O Ancião apresentava um estilo de vestimentas "posso demais pra me importar com seu conselho de moda" de maneira quase inconsciente. Ao seu lado o espírito era visível em tons de colorações estranhas.
O improvável par andou, em silêncio, ao redor dos filhotes por alguns segundos, claramente medindo cada um e avaliando-os. Ao fim, o Ancião assume a palavra.
Como a Bete fez questão de deixar tão claro, sou o Ancião aqui, sou um Ragabash e dos Roedores de Ossos. Consequentemente não ligo muito para essas coisas de títulos, então podem me chamar pelo cargo, pelo nome Garou ou por seu João mesmo, que vai dar na mesma. Cada um de vocês foi trazido aqui para ser avaliado e, esperamos, aceito em uma tribo. Por um tempo depois disso vocês ainda estarão trabalhando conosco até serem considerados aptos para tomarem decisões sobre seu próprio destino. O dr Vital aqui vai lhes explicar a primeira coisa que vocês vão ter que fazer como parte de seus Ritos de Passagens.

O tom do Ancião é duro, mas não grosseiro. Vem de alguém claramente pouco disposto a perder tempo com fraseados e tradições, ou com qualquer outra coisa além do estritamente necessário. O Espírito, por outro lado, claramente se esforça para manter uma certa correção e etiqueta, sempre mostrando como se sente honrado por fazer parte de uma Seita Garou.

Muito bem, muito bem, filhotes. Sejam muito, muito bem-vindos ao Caern do Instituto Butantan. Espero que tenham feito boa viagem até aqui e que estejam bem dispostos à aderir aos ritos de sua nova vida como membros da Nação Garou. Eu sou dr Vital Brazil, fui do fundador desse Instituo, nos idos de mil e novecentos. Mal sabia eu, à época, que era um Parente e que a região colocada sob minha responsabilidade poderia ser transformada em Caern. Qual não foi minha surpresa quando me manifestei como Espírito para continuar cuidando do Instituto, e quais não foram meus esforços para ajudar o, na época, Adren Veneno de Esculápio a umbraformar essa região de poder erigir tão belo local. Mas divago... Imagino que a senhorita Raio de Prata já conversou com seus Espíritos da Informação; os senhores e senhoritas ficarão alojados no CRUSP, o alojamento para estudantes da Universidade aqui ao lado. A propósito, a Universidade é onde esta abrigado o nosso Caern-irmão, da Barata Eletrônica, então logo os senhores e senhoritas irão conhece-los também. No momento, a missão dos senhores e senhoritas será ir até os parques da Previdência e Verde, relativamente aqui próximos, e descobrir o que houve com os membros da matilha da senhorita Raio de Prata. O Ragabash, Ferrão de Prata, foi para o parque da Previdência, enquanto o Ahroun, Corte de Prata, foi para o parque Verde. *Não sabemos o que houve com eles, mas deveriam ter voltado por agora. Precisamos que vocês descubram o que houve com eles* e, se necessário, trazer seus fetiches e pertences.

Depois do monólogo, o Espírito faz um pequeno aceno e desaparece no pano de fundo da Umbra. Enquanto se encontravam entretidos pela falação interminável do dr Vital, os filhotes não notaram que os demais Garou já não se encontravam em parte alguma. Era muito óbvio que o teste acabara de começar.

OFF: *quem tem o Truth Earing, ele começou a vibrar de leve nas afirmações com *.
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Sáb Abr 04, 2020 6:28 pm
Beatriz não sabia o que pensar. Se por um lado ter um ancião Ragabash era bom, por outro podia ser extremamente... problemático. E então depois de toda a verborragia do espírito, seu brinco vibrou. Óbvio. Ela quase sente saudades da rigidez de sua mãe. Quase.

- Ah que ótimo. Perfeito. Maravilhoso. Não podia ser melhor. Não deu nem duas horas que eu cheguei do outro lado do mundo. E já tenho que me virar, com Garou tão ou mais perdidos que eu, pra descobrir o que houve quando o Dr. Vital ali já sabe o que aconteceu. Esse pessoal nunca ouviu falar em Jet Lag não? Pergunta retórica.

Se ela estava curiosa? Claro que estava. Só não estava em condições de funcionar nesse momento.
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Sáb Abr 04, 2020 8:28 pm
Ela repara que havia uma garou, a de olhos claros [off: Alice], que parecia estar desconfortável. Ela aconchega seu focinho em sua mão com uma cara de pidona. Se ela tivesse algo para fazer com as mãos, talvez ela ficasse mais calma. Mas quando o ancião e o parente chegam, ela se afasta.

Aquelas pessoas eram muito diferentes dos anciãos e parentes que ela estava acostumada a ver. E muito estranho ver um parente ser tão... solícito com seus garous captores. Ou será que era outra coisa. Ao chegar na umbra ela assumiu a forma lupina, pois lá era um lugar seguro para tal e ela ficaria muito mais confortável naquela forma. Disseram que havia um de cada augúrio lá... e ela não teve tempo de falar sobre isso com os líderes... Isso era vergonhoso... Ela repara que, não só os líderes do caern, mas todos daquela matilha eram muito diferentes dela, e falavam coisas que ela não entendia.

E agora ela estava sozinha naquela matilha. Com uma missão. A fêmea mais baixa [off: óbvio XD] pareceu reclamar de alguma coisa, mas também falou algo importante, de que eles já sabiam o que havia acontecido, o que mudava o tom do teste. Mas depois de tudo aquilo, ela responde da única forma que conseguiu imaginar, ela dá de ombros.

Off: Talvez seja algo assim...
Shrug canino:
AliceA
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Sáb Abr 04, 2020 11:22 pm
Alice percebe a aproximação da loba, mas não teve tempo de se aproximar mais dela...
Apesar de entender um pouco, tava meio perdida nas falas, mas ao que parece, duas pessoas deveriam ter voltado e não voltaram...
A garou oriental exclamou algo como se os anciãos soubessem, aparentemente, onde estavam mas cabia a nós , achar os desaparecidos...
Alice olhou em volta...
Se sentir deslocada era comum, mas dessa vez tava tudo ainda pior:
Pessoas diferentes, línguas diferentes, lugar diferente...
Respirou fundo e resolveu tentar ter uma postura mais confiante antes que alguém mais percebesse que ela estava quase voltando pro Porto de Santos mais rápido que um raio ...
Mas a cara de "WHATTAF***" não dava pra esconder não...
Pensou que pelo menos seriam levados pras instalações onde ficariam, conheceriam um pouco a cidade, mas parece que aqui ninguem tem tempo para as formalidades...
Não fazia a mínima ideia pra onde deveriam ir , então resolveu tentar quebrar o gelo da situação, mesmo tendo dificuldades terríveis pra fazer amizade ou conversar com estranhos:

- Desculpe minha timidez, eu não tenho muitos amigos, então não sou de conversar muito mas , iremos permanecer juntos...
(Ela fala baixo, quase sussurrando e pausadamente pq tenta não errar as palavras, apesar do sotaque bem carregado fazer com que elas saiam sonoramente feias)
Ela pensa em levar a única coisa que ela não vai deixar ali de jeito nenhum:
O estojo enorme de veludo preto...

- Para onde iremos então?
Perguntou ela, com a voz um pouco mais firme e confiante e um leve sorriso no rosto...


Milena Kiala
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Dom Abr 05, 2020 2:24 am
Milena observa Killa se transformando, sorri.  Depois chegam os dois. Fica impressionada com o ancião, pensando no tanto que esse cara podia contar pra eles,  se seria ranzinza como a avó. Houve atentamente o que dizem, mas intercala seus pensamentos com uns "Puta que pariu, um fantasma!". Seu fascínio é evidente

Então soltam a bomba nas jovens mãozinhas ali. Milhares de perguntas começam a passar por sua cabeça, mas claramente não haveriam respostas naquele momento.  Ela puxa imediatamente o celular enquanto repete-murmura "Parque da Previdência - Parque Verde",  e demora uns segundos até lembrar que celulares não funcionam ali.

- Duh... Tá. Parque de Previdência e Parque Verde.  - Olha em volta para seus companheiros - Acho que lá...fora... a gente pode ver direitinho onde ficam esses lugares, né? Ou alguém sabe já? Deve ser perto, mas acho que, sei lá, a gente podia guardar nossas coisas no alojamento antes, né? Ou será que podemos deixar aqui, mas, tipo, lá fora? Se a gente estiver com pressa, o que parece que estamos, né, da forma que falaram, é melhor deixar aqui mesmo, no caern, digo. - Olha novamente ao redor. Junta as mãos batendo um palma, sorri. - Vamos?
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Wolfhard
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Seg Abr 06, 2020 9:32 pm
Pouco antes dos Garous sumirem Aurélio tentou chamar a atenção de Veneno, esticando um envelope de papel pardo contendo as cartas de recebimento dos insumos que trouxe e que com isso o Caern conseguiria retira-los do porto de Santos.

- Permiso, señor Veneno...pero tenho uma carta para entregar a usted

Aparentemente ou ele não escutou, ou ele não se importou no momento com o que ele queria dizer, parece que isso teria que esperar. Porém ele sabia que algo estava acontecendo, o medalhão que sua mãe tinha dado tinha vibrado levemente quando falaram dos Garous desaparecidos, ele sabia que não estavam sendo totalmente sinceros, mas não parecia ser algo maldoso ou mesmo que fosse colocá-los em risco. E do nada ele lembrou, o dia estava quase acabando e ele ainda não tinha feito sua respiração...

-Si, claro, podemos ir a los alojamientos. Preciso fazer uma coisa pouco antes de irmos atrás destes Garous, solo 5 minutos serão suficiente, despues podemos ir atrás do que estiver mais acierca de lá

Milena Kiala
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Seg Abr 06, 2020 11:55 pm
- Ah, ótimo! Vamos pro alojamento então.

Milena dá o primeiro passo em direção à saída, ainda um tanto incerta se vai saber sair dali, mas vai assim mesmo, e esperando que todos acompanhem.
AliceA
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Ter Abr 07, 2020 11:03 pm
Alice respira aliviadíssima por estarem falando de ir pro alojamento primeiro...
Sinceramente ela acha melhor se acomodar ou pelo menos deixar as coisas no alojamento do que acabar de chegar assim e ter que sair do jeito que está...
Ela olha ao redor e pensa que isso tudo parece o começo de uma piada ruim...

- Aiii, muito bem, melhor deixarmos nossas coisas no alojamento ...
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Qua Abr 08, 2020 8:31 am
- Ok, a gente poderia ir para os alojamentos... Eu juro que gostaria de fazer isso agora. Mas vocês prestaram atenção ao que o espírito disse? Que os dois que saíram deveriam ter voltado AGORA e não voltaram AINDA. Isso não dá pra vocês um sentido de urgência?


Ela olha para os demais, tentando medir suas reações:

- Afinal já estamos sendo testados. E se a gente perder tempo demais com a burocracia da universidade e seja lá o que esperam da gente não dê tempo de fazer? Vai parecer que nossas malas são mais importantes que vidas... Neutral

Eu me odeio, eu queria descansar, juro que queria... eu preciso disso... mas se é pra fazer isso, por que não de uma vez? - ela pensa
Killa
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Qua Abr 08, 2020 4:20 pm


Última edição por Killa em Qui Abr 09, 2020 2:52 pm, editado 1 vez(es)
Milena Kiala
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Qua Abr 08, 2020 7:23 pm
Milena ainda à caminho da saída.

-É mesmo, né, melhor a gente focar nesse tarefa, mas todo mundo junto. Acho que não é legal a gente andar sozinho por aqui sem precisar. A gente deixa as coisas aqui no instituto, lá fora da Umbra, e vai ver esse negócio aí dos perdidos.

E continua caminhando para saída.
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Qui Abr 09, 2020 7:01 am
- Parece bom assim. Deve ser seguro aqui pra deixar as malas.

Ela olha em volta e diz, preocupada:

- E por falar em lá fora, alguém aqui é bom nessas coisas de Umbra? Porque eu sou bem ruim, sabe. Eu não ia reclamar se me puxassem pra fora. Afinal a gente tem pressa, né?

Alterna o olhar entre todos, para ver se alguém se manifesta.
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Sáb Abr 11, 2020 4:07 am
Milena sorri sem jeito.

-É, eu também não sou muito boa nisso, eu tava pensando em ir tentando, porque a gente meio que tem que fazer isso sempre, né? E parece que é algo meio instintivo, então, sei lá, vamos só, tipo, fazer. Mas alguém aqui manja disso? Eu aprendi só o básico mesmo, eu acho. Aqui deve ser mais fácil, né? Deve ser só ...- dá um saltinho meio balé - ir pra fora?
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